Os mandamentos do amor. Nunca gostei de regras. Nunca gostei de leis. Embora existam regras do amor que deveriam ter em conta. Mas a verdade é que existem e todos nós as devemos seguir, e nem sempre as seguimos claro. Tomemos o exemplo de 10 mandamentos que surgiram pela igreja. São coisas básicas, parecidas com os avisos das mães quando estão a ensinar os primeiros passos às crianças. Afinal, debaixo do grandioso Deus que nós criamos como um homem de barbas ou simplesmente o céu, somos umas criancinhas. Se Deus é o mundo, o universo, nós somos simples formigas, formigando e alastrando as nossas minúsculas pegadas pelas barbas de Deus.
Não queria ser Deus, se tivesse que acolher a todas as orações do mundo. Mas vou ousar sê-lo para dar os meus próprios mandamentos do amor. Porque dizem que o amor é a arma mais forte, e que Deus o manda praticar e alastrar pelos homens, mas nunca o vi instruir alguém de como deve amar, ou tratar o amor.
Os mandamentos do amor
Adorar-te e amar-te sobre todas as coisas: Nunca poderás gostar de alguém sem gostares um pouco de ti. A baixa auto-estima e confiança pode tornar o esforço e a dedicação feita por outra pessoa quase nula. Isto porque se não gostarmos de quem somos, parece não termos nada para oferecer ou partilhar com alguém, e a tristeza e solidão que carregamos connosco, apesar de todo o amor sentido por outro, também se transmite, e leva a um “cansaço” da relação.
Não invocar nomes em vão: Primeiro, se iniciamos uma relação e se estamos felizes com ela, os nomes das pessoas que já nos entristeceram ou magoaram, não devem vir à baila nem nas conversas, nem nas piadas, e muito menos no sexo! A pior coisa que pode acontecer é trocarem o nosso nome com um caso de ex-relação. Por vezes, pode ser sem intenção, mas pode estragar o momento, sobretudo se a pessoa com quem estamos for muito ciumenta. Segundo, o nome de quem amamos deve ser pronunciado com sentimento. É o amor, fazer do nome de alguém parte de significado do nosso.
Santificar os segundos solitários e as horas de sentimento: Anos depois do começo da relação, hão-de vir conversas em que venham À memória aqueles dias perfeitos passados com ele/ela. É sempre bom guardá-los com carinho nas milhares de gavetas que temos na cabeça e coração. Sentimos-nos bem saber que a pessoa se lembra dos dias que esteve connosco e daquelas horas em que a felicidade nos circundou. Tal como dos momentos em que esteve sem nós, mas sentiu saudade.
Honrar pai e mãe: É imprescindível lembrarmos sempre quem nos criou, e nos ajudou a crescer de corpo e alma, tal como quem ajudou a crescer o/a nosso/a companheiro/a. Os sogros nunca são vistos como boas pessoas, mas são apenas mitos e tradições vulgares do povo. Apesar da relação ser a coisa mais importante, e o planeta central, nunca nos podemos desligar dos anéis e estrelas que o circundam. E os nossos pais, e sogros, nunca devem ser esquecidos, devem ser honrados. No entanto, também não devem interferir.
Matar: Matar em todos os sentidos. Matar saudades, matar desejos, matar de amor…com palavras e provas inimagináveis e secretas. Matar de…surpreender. Inovar. Renovar. Ser romântico ser divertido sempre em diferentes pontos, deixar a pessoa que amamos de boca aberta, olhos esbugalhados e coração quase parado. Enfim…matar.
Guardar respeito nas palavras e nas obras: Podemos gostar muito de alguém e ser correspondidos. Podemos até ser impacientes em certos momentos. Mas um valor que nunca deve faltar é o respeito. Se o nosso parceiro não quer, ou não se sente preparado para algo, nunca deve haver obrigação. A paciência é amarga, mas o seu fruto é doce.
Não furtar: Por outro lado, se amamos alguém mas não somos correspondidos, não queiramos estragar e roubar a felicidade desta. Se ele/ela está junto com alguém, não devemos interferir apenas porque amamos. Não digo que se deva desistir, mas se amamos mesmo uma pessoa devemos querer vê-la feliz, e não pensar apenas em nós e no que nós queremos e desejamos ter. Mas não conseguimos.
Não levantar falsos testemunhos: Nunca se deve acreditar sem ver. Por vezes pessoas alheias e com esperança de estragar a relação, são capazes de inventar ou provocar tudo. Se realmente gostamos de uma pessoa devemos saber ouvi-la e comprovar os falsos testemunhos. Outras vezes, nem sempre o que vemos é o que parece, e então, nunca de deve ser impulsivo/a ao ponto de julgar quem amamos!
Não guardar castidade nos desejos e pensamentos: É excelente poder partilhar os nossos pensamentos com quem amamos. Partilhar ideias, partilhar fantasias e desejos vão alimentar a vontade de saber e querer satisfazer o outro, porque assim damos a saber melhor o que gostamos ou não. Já com perguntas diretas o completo conhecimento nem sempre resulta.
Não cobiçar as coisas alheias: Todos somos homens ou mulheres, e todos temos tendência a olhar e apreciar o que é dos outros. Numa relação nem sempre é bom apreciarmos outra rapariga ao pé da namorada, acreditem, não dá bom resultado. Mas temos o direito de apreciar. Desde que, tenhamos na consciência, que estamos bem assim, apesar de haver pessoas lindas, fabulosas que possamos olhar, não as devemos cobiçar, porque a pessoa que amamos, é a jóia mais rara do mundo, e ninguém sabe disso…é só nossa.
Artigo escrito por Clara Godinho colaboradora do Sentimento Calmo, sobre os Mandamentos do Amor.