Classes sociais diferentes impedirão o amor?

Uma relação saudável deve ter como base o equilíbrio e a estabilidade entre o casal, contudo há aspectos que deturpam a relação e causam desavenças conjugais – uma delas é o facto de haver uma relação entre indivíduos de classes sociais diferentes ou com rendimentos que variam em grande número. No último artigo ensinamos como combater a crise neste novo ano, no artigo de hoje do Sentimento Calmo poderá constatar alguns problemas que advêm dessas diferenças, quais as suas consequências para a relação e quais as medidas a tomar para evitar que esses problemas deixem marcas.

No entanto há que distinguir uma situação em que um elemento do casal é de uma classe social diferente do seu parceiro e uma situação em que um casal tem rendimentos diferentes. No primeiro caso, as diferenças são encaradas desde o inicio da relação, onde há diálogo e aceitação sobre a condição social de cada elemento do casal – parte-se do princípio que o casal tenha conhecimento das respectivas condições sociais e económicas e este tem que ser um facto consensual onde deve haver respeito e aceitação dessas mesmas condições, não interferindo de nenhum modo na relação.

O segundo caso, onde os elementos do casal têm rendimentos diferentes, é uma situação que exige um pouco mais de tolerância e de abertura sem complexos (essencialmente complexos de superioridade ou inferioridade).

classes sociais

Existem alguns aspectos a evitar perante uma situação de rendimentos ou de classes sociais diferentes entre as quais destaco:

Discussões e comparações de rendimentos – Deve definitivamente evitar conflitos e discussões com o seu parceiro relativamente aos rendimentos ou ao capital de cada um, a menos que seja uma discussão saudável e com uma finalidade benéfica para o casal.

Muitos casais discutem devido aos rendimentos e ao seu papel da relação, especialmente quando são casados ou vivem em união de facto. Estas discussões têm como evidente consequência o sentimento de inferioridade por parte do elemento que obtem menos rendimentos. Contudo não é a única questão do problema – existem casos onde se pode observar um sentimento de superioridade por parte de um elemento do casal devido aos seus rendimentos mais altos e à sua comparticipação nas despesas conjugais. Todos estes factos levam a discussões que podem trazem consequências nefastas à relação.

Presentes de luxo – Outro aspecto a evitar são os presentes de luxo, o que pode não ser propositado mas acaba por causar o mesmo sentimento de inferioridade devido à impossibilidade de corresponder com um presente do mesmo valor.

É óbvio que o essencial num presente é o seu valor afectivo, contudo este é um aspecto a evitar devido ao potencial desconforto que pode causar.

A falta de confiança no parceiro – Quando há património ou bens materiais pode haver tendência a haver desconfiança no parceiro. São vários os casos em que o casal é fortemente influenciado por uma série de questões como o facto de a relação não se tratar de oportunismo ou extorsão. Estas questões devem ser completamente evitadas – uma relação saudável parte do principio da confiança entre o casal e o conhecimento mutuo. Se duvidar do seu parceiro deve reconsiderar alguns aspectos que estão em falta e tentar o diálogo, que é sempre o melhor amigo nestas situações.Aprenda com o sentimento calmo como criar confiança.

Todos estes factos levam a conflitos que determinam seriamente o presente e o futuro da relação. Há que evitar o seu acontecimento e tomar medidas que equilibrem o pensamento de ambos. Para que tal aconteça basta aliar o diálogo ao amor, seguindo algumas dicas tais como:

Distribuição de despesas – Apesar dos diferentes rendimentos há sempre alternativas quanto às despesas. Ambos devem contribuir nesse aspecto de modo a tornar essa mesma distribuição mais harmoniosa e justa. O facto de um membro do casal receber menos ou possuir menos capital não significa que não possa ou deva paga nenhuma despesa. É necessário o equilíbrio nesse e em todos os aspectos da relação.

Diálogo saudável em busca do entendimento – Para que todos os conflitos sejam resolvidos há que dialogar sobre os mesmos. As questões económicas não são exceção – de modo a evitar todos os conflitos descritos acima, há que falar sobre os rendimentos de cada indivíduo, dividir despesas e organizar o dinheiro segundo os rendimentos de cada um e segundo cada finalidade.

É necessária a compreensão e a discussão saudável sobre estes assuntos e outros que o influenciam de modo a haver clareza, confiança e bem-estar entre o casal.

Necessidade de uma mentalidade aberta e descomplexada –  As diferenças económicas devem ser encaradas com naturalidade e após discutidas não devem de todo gerar alguma espécie de complexo e conflito interior.

É perfeitamente natural uma relação entre pessoas de classes sociais diferentes ou com rendimentos superiores.

A questão do género também é irrelevante – uma mulher com mais rendimentos que um homem não é um facto para gerar complexo, nem deve acontecer. Independentemente do género, da idade, dos rendimentos ou das classes sociais, o amor deve aniquilar qualquer sentimento negativo ou de inferioridade. Basta amar, respeitar e compreender o seu parceiro.

Artigo escrito por Patrícia Gargaté, estudante na área de jornalismo, colaboradora do Sentimento Calmo.