Violência na relação amorosa

A violência na relação não é um fenómeno recente contudo tem sido cada vez mais falado ao longo dos últimos anos. A violência doméstica assim como em relações no geral tem sido cada vez mais discutida e apontada. Desde a violência física, praticada através de agressões violentas ao corpo da vítima até á violência psicológica, praticada através de pressão para com a vítima, ambas as situações podem causar danos severos tanto a nível físico como psicológico. Já não há motivos para esconder situações como esta, conheça então através deste artigo do Sentimento Calmo quais os sinais revelados pelos praticantes de violência no seio da relação e como evitar uma relação baseada na violência.

violência na relação

A violência na relação não é um facto ocasional e está presente nas relações amorosas, familiares entre outros independentemente da classe social, da idade, do sexo ou de outros fatores. Conheça alguns comportamentos que podem revelar atitudes agressivas e violentas de modo a controlar e evitar estas situações na sua relação e em situações com conhecidos, familiares ou amigos.

Controlo excessivo e obsessivo – O controlo abusivo dentro da relação pode ser um óbvio sinal de comportamentos violentos e agressivos. Muitas vezes o suposto agressor tende a controlar todos os comportamentos da outra pessoa de forma obsessiva assim como a fantasiar sobre atitudes que acabam por levar as discussões e sucessivos episódios de violência. Estes episódios não acontecem exclusivamente em casamentos ou relações em que há união de facto, pode também acontecer num simples namoro, independentemente das características das pessoas. Por vezes o agressor está onde menos esperamos, apresentando características similares a uma pessoa comum e só podem ser reconhecidos através de sinais mínimos que só são percebidos quando há muita atenção a todos os comportamentos. Para explorar mais este aspeto e perceber alguns comportamentos obsessivos veja o nosso artigo sobre quando o amor se torna obsessão.

Esteja atenta aos mínimos indícios de violência – Geralmente os agressores têm uma presença simpática e gentil para com os outros. É em comportamentos com a parceira que se revelam alguns indícios de violência e discussões entre o casal. Esteja atendo também aos sinais revelados pela vítima, que muitas vezes apresenta sinais de retração e desconforto enquanto uma situação entre amigos ou familiares. Se notar algum desses indícios incentive a vítima a falar e desabafar acerca do sucedido, só assim se pode confirmar uma situação de violência e tomar as medidas necessárias.

Atenção a comportamentos de risco – Comportamentos de risco como consumo exacerbado de álcool ou drogas podem ser fatores que levam a comportamentos violentos na relação amorosa assim como noutras relações interpessoais. Esteja atenta aos comportamentos do seu parceiro ou de alguém que desconfie que pratica violência. Há que destacar que estes comportamentos nem sempre são os motivos que levam à violência, a índole do sujeito que as pratica é o fator principal para tais comportamentos, não significando necessariamente que a culpa é atribuída a estas substâncias.

Se vive uma situação deste género não deixe calar o seu sentimento e desabafe com alguém de confiança, de modo a chegarem a alguma conclusão e possível solução para o problema. Saiba então o que fazer quando vive uma situação em que é vítima de violência, seja ela física ou psicológica. Nem toda a violência praticada implica maus tratos físicos, existem também danos psicológicos que fazem com que uma pessoa desista de amar, ao mesmo tempo que podem ser marcantes e traumatizantes na vida da vítima.

Dialogar acerca do assunto – Converse com alguém acerca do seu problema ou se possível com o seu parceiro. Por vezes temos comportamentos agressivos originados por situações perfeitamente justificáveis, contudo nada justifica uma agressão que deixa marcas. Não hesite em desabafar com alguém da sua confiança, não tenha medo de represálias pois desta maneira não conseguirá resolver o problema ao qual está exposta. A pessoa com quem decidirá falar terá de ser alguém de extrema confiança que deverá ser sigilosa relativamente à situação de modo a poder tomar as medidas necessárias.

Imponha-se e mantenha-se firme – Perante qualquer discussão ou situação agressiva com o seu parceiro mostre que tem forças para enfrentar qualquer problema, impondo-se e mantendo-se firme. Por vezes há uma tendência a ficar amedrontada perante o ato de violência, o que não deve de todo acontecer. Seja firme e dê a entender que não será pessoa de ficar parada numa situação de violência. Mostre autonomia e não se deixe controlar e manipular.

Não tenha vergonha em falar e denunciar – Muitas vítimas tendem a esconder os problemas relacionados com a violência por medo de sofrer represálias contudo se não é tomada uma atitude para resolver a situação, os episódios violentos serão sucessivos e cada vez mais intensos, com possibilidade de sofrer grandes danos a nível físico e psicológico. Procure ajuda, denuncie às autoridades. A violência nas relações é um crime punível por lei, faça valer a justiça e não deixe o caso passar em branco. Existem associações de apoio para casos de violência, como a APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vitima), que podem ser fulcrais na solução de casos de grande violência.

Não se iluda com palavras de arrependimento – Numa grande parte dos casos o agressor tende a desculpar-se e ser gentil para com a vítima, para que esta não se revolte e denuncie os seus comportamentos. Apesar dessas palavras carinhosas não se permita iludir e desconfie de qualquer boa intenção por parte do agressor. Na sua grande maioria são palavras de mera ilusão, que levam apenas a comportamentos semelhantes no futuro.

Esteja atenta a todos os sinais não só na sua relação mas também em casos que possa eventualmente conhecer, como amigos ou outros familiares. Aconselhe e informe-se quais as melhores medidas a tomar para controlar estas situações.

Artigo escrito por Patrícia Gargaté, estudante na área de jornalismo, colaboradora do Sentimento Calmo.