Tudo que você sempre quis saber sobre isso e teve receio de pensar em tentar perguntar por aí.
Existem tantas revistas e reportagens de relacionamento voltadas para mulheres quanto existem sites adultos voltados para homens. Isso cria um problema peculiar: do ponto de vista masculino, o que fazer quando precisamos de esclarecimentos sobre como conduzir aquele relacionamento que não está dando certo? Sim, porque o grande desafio do Século XXI não será igualar o salário de homens e mulheres, mas colocar na cabeça delas que – inacreditável! – os homens fazem investimentos emocionais quando se relacionam.
Elas, essas mulheres extraordinárias que avançaram tanto, esqueceram-se que o sexo oposto não consiste apenas de cavalos de corrida com um cartão de crédito no lugar do coração, caixas de ferramentas no lugar das mãos e o órgão reprodutor no lugar do cérebro. É possível encontrar muito mais que isso no homem moderno, mas será que as mulheres modernas estão modernas o suficiente para enxergar essas profundezas? Será que elas são capazes de perceber a enorme fome e fonte de afeto, gentileza, respeito e carinho nos homens à sua volta?
E tudo isso surgiu quando precisei pesquisar sobre um tipo bem específico de mulher: a Mulher Maníaca por Controle (ou MMC, pros mais íntimos).
Mulheres Maníacas Por Controle – De homem para homem
A partir daqui, o papo é para os meninos, ok meninas? Se quiserem prosseguir, façam por sua conta e risco, porque este aqui será um papo de relacionamento de homem para homem. Vá olhar o Facebook daquela sua amiga gata que vende lindas roupas e acessórios. Seguinte, amigo: sabe aquela mulher / namorada / ficante / peguete que lhe diz o que fazer a maior parte do tempo? Que fecha a cara emburrada quando você não faz as coisas do jeito dela? Implica e lhe inferniza com insistência até que você desistir e ceder ao que quer que seja?
Ela é uma mulher maníaca por controle.
Um conhecido meu passou por um perrengue com uma representante dessa raça e queria alguns conselhos. Então fui à leitura e aqui está o que eu achei:
Quem é esse transtorno de personalidade ambulante?
É natural que sua companheira queira ter controle sobre sua vida. Contudo, a maioria de nós amadurece e logo compreende que não pode ter controle sobre tudo, especialmente quando “tudo” diz respeito a outras pessoas. Lamentavelmente, algumas mulheres psico insistem em estar no controle absoluto das pessoas por perto – e você, como companheiro dela, calha de ser justamente o sujeito nesta posição maldita.
Mas aqui vai o pulo do gato: ninguém controla lhufas. Nada. Zica. Zero. Você sabe disso, certo? E se a mulher gasta uma parte considerável do tempo se preocupando com o que seu homem está fazendo, com quem está fazendo, onde está fazendo, e compulsivamente tenta estar no comando da vida dele, então ELA é quem está sendo controlada pelo desejo de controlar. É um efeito paradoxal.
Para aqueles colegas de senzala que já se envolveram com uma MMC, vocês sabem o que eu estou falando quando me refiro àquele jeito paranoico-esquizofrênico que ela assume assim que você propõe algo para ser feito do seu jeito ou tenta resistir à vontade dela. As mulheres maníacas por controle costumam ser referidas como “vítimas profissionais”, “supercríticas”, “ciumentas patológicas”, “mulheres-problemas”, “mulheres que amam demais”, etc, quando na verdade são simplesmente loucas e chatas. E pronto.
Mas então o que está acontecendo?
Por que diabos ela investe tanto esforço em controlar você e sua vida? Simples: porque ela tenta controlar a própria ansiedade e diminuir a própria frustração tentando controlar você. O “controle” é a técnica de adaptação e relaxamento dela. Ela não sente ansiedade como uma pessoa normal. Pessoas quase normais vêem a ansiedade como uma sensação desagradável que eventualmente irá diminuir e desaparecer. Para uma MMC, a ansiedade é um lembrete doloroso de que algo está muito errado com ela mesma. É como estar em um poço escuro, sem fundo e sem saída. Só que existe uma saída: bastaria ela encarar-se e assumir seus próprios sentimentos – mas nem espere que ela aceite fazer isso, parceiro.
Encarar-se e aos seus conflitos internos significaria admitir que ela tem problemas e, com isso, parte da responsabilidade das coisas que não estão funcionando no relacionamento. Assumindo esses créditos, como ela poderia culpar você 100% quando 50% do problema (ou mais) estariam dentro dela mesma? Como “vítima profissional”, ela é a única pessoa que interessa na relação. Faz muito mais sentido para ela negar e ignorar os problemas que ela tem, e empurrar tudo para cima de você, porque VOCÊ, meu caro azarado e infeliz amigo, VOCÊ é que tem problemas. Nunca ela.
Boa parte dessa estratégia de adaptação mental acontece de modo inconsciente e segue mais ou menos a seguinte “lógica”: se todo mundo estiver prestando atenção no depravado insensível problemático infiel que é você, ninguém irá prestar atenção nas falhas dela, especialmente ela mesma. Entendeu? É mais ou menos assim que as profundezas obscuras do cérebro dela funcionam. A MMC tenta se livrar do terror de expor suas verdadeiras fraquezas controlando a vida do seu parceiro. Ter o controle é uma questão de vida ou morte psicológica para ela, oferecendo uma ilusão temporária de calma. Quando ela finalmente sente que está no comando absoluto de tudo, você pode jurar que consegue ver a tensão evaporando daqueles olhos hitlerianos.
Se acomode na cadeira e pense aqui comigo um pouco: você lembra alguma vez de tê-la visto de bom humor, gargalhando pelo puro prazer de viver? Uma MMC não conhece esse tipo de alegria leve e natural. A alegria é proporcional às situações em que ela sentiu ter conseguido colocar você em uma gaiola ou quando você cedeu para evitar brigas adicionais. Os sorrisos nunca foram espontâneos: sempre foram tensos, ensaiados e equivalentes à sensação de comando.
Para ela ganhar, você tem que perder
A máscara de controle esconde a verdadeira experiência interna pela qual ela passa continuamente: lá dentro, lá no fundo, ela se sente assustada, perdida, desamparada. Ela precisa atropelar tudo como um rolo compressor para evitar o sentimento de abandono – afinal, o que está deitado e esmagado no chão não corre nem foge. Infelizmente, a insegurança dela também alimenta a completa falta de empatia em relação a você, criando um mantra que permeia toda e qualquer interação humana: ele deve sempre “dominar ou ser dominada”.
Em alguns casos, não basta para a MMC controlar compulsivamente você. Ela só se sente no controle e bem consigo mesma quando faz você se sentir menor do que você é. O humor dela se torna mais sereno à medida que ela lhe diminui: é imperativo fazer você se sentir inútil, vulnerável, acuado e desorientado para que ela não tenha que enfrentar esses fantasmas em si mesma.
Uma MMC típica acredita piamente que em cada contato interpessoal deve haver um ganhador e um perdedor, e ela irá argumentar e espernear e lutar com todas as unhas e dentes para não ser a perdedora. Por isso é praticamente impossível chamá-la ao bom senso ou tentar negociar concessões. Para ela, qualquer concessão é uma derrota humilhante. Ela preferiria atear fogo na casa inteira com tudo dentro a se comprometer com qualquer concessão ou responsabilidade sobre o que está acontecendo.
E por falar em perdendo o controle
Quando perde o controle, a MMC passa por uma metamorfose trifásica sequencial bem típica. Desafie ou ameace terminar o relacionamento com uma MMC e ela se tornará sequencialmente:
Enraivecida: e você testemunhará uma crise de ódio, comentários sobre traições imaginárias e toneladas de acusações injustas. Ela bloqueará sua saída e tentará desequilibrar você para ver se, durante a desordem, ela consegue recuperar o controle.
Ameaçadora: à medida que a ansiedade aumenta e se torna mais desconfortável e dolorosa, ela tentará humilhar e diminuir o seu caráter utilizando as formas mais criativas (e infantis) de ultimatos e ameaças.
Deprimida: quando todas as fases acima não surtirem o efeito de recuperar o controle, ela se tornará soturna e terá uma crise temporária de identidade.
Como é impossível controlar outras pessoas, a MMC está fadada a este ciclo infinito de lutar contra ameaças reais e imaginárias o tempo todo. E uma vez que ela jamais irá refletir sobre os próprios problemas, focada que está em controlar você e seu ambiente, ela nunca dominará os medos que a assombram.
Como uma mulher se transforma em uma maníaca por controle?
Os genes respondem por no máximo 50% das características da nossa personalidade, e as crianças adaptam o restante de seu comportamento segundo o que testemunham. Pais desconfiados, obsessivos, dominantes ou agressivos inspiram o mesmo tipo de atitude em seus pequenos.
O ciúme e o narcisismo nascem a partir de sentimentos de insegurança e medo de abandono. Estes sentimentos podem resultar de experiências de perdas durante a infância – pais que morreram ou se separaram ou não estiveram emocionalmente disponíveis por algum motivo. Outros traumas na infância, incluindo abuso sexual, violência doméstica ou crianças negligenciadas, também produzem adultos com sérios problemas em criar vínculos de confiança.
Sacrificando sua liberdade pessoal
O que faz você ficar em um relacionamento assim? Você se sente desafiado? Sente-se mais vivo por estar numa batalha permanente? Um relacionamento com uma MMC é um tormento, e a parte mais triste é que ela jamais irá sofrer por causa desse comportamento: a maníaca por controle não consegue enxergar qualquer coisa errada com esse jeito de ser.
Algumas controladoras são tão eficazes em suas críticas que o sujeito pode começar a ter sérios problemas de autoestima e autoconfiança. Antes que isso aconteça, responda: você está fazendo todos esses sacrifícios para salvar um relacionamento com uma MMC? Você pode até achar que esses sacrifícios são grande coisa, mas eles não são. Ela nem irá percebê-los. Não conte com reconhecimentos. Todo e qualquer esforço da sua parte para agradá-la seguirá sempre o mesmo caminho: ralo abaixo.
A bem da verdade, sua parceira MMC está pensando que ela é quem está lhe fazendo um favor, tentando corrigir todos esses comportamentos inadequados que você insiste em manter. É simplesmente indecente sacrificar sua liberdade e sua felicidade por alguém assim. É imperativo que você tome de volta as rédeas do seu destino, ainda que isso signifique deixá-la para trás.
Separar-se é mesmo a única saída?
Muitos caras, após viverem alguns anos com uma MMC, acham que atingiram o limite da tolerância e que a separação é a única opção viável. Nestes casos, a chance de reconciliação é zero, pois o relacionamento realmente chegou a um beco sem saída.
Alguns afirmam que, se a MMC estiver disposta a buscar ajuda profissional e modificar seu comportamento, o relacionamento pode ser salvo a qualquer momento. Entretanto, vários psiquiatras e psicólogos são unânimes em afirmar que estas mulheres são incrivelmente resistentes à terapia e não existe uma medicação eficaz para esse tipo de transtorno de personalidade. Para aceitar procurar ajuda, a MMC tem que se convencer que o preço para continuar sendo como ela é ficou alto demais, e isso é muito, muito raro de acontecer.
Conviver com uma MMC é aceitar a receita de um nó sem fim, e não cabe a você tolerá-la ou mudá-la. Ela não enxerga porque não quer, e não quer porque não enxerga. A única maneira de conseguir resolver o relacionamento com uma mulher assim é terminando-o. Lamento. Esqueça todos os conselhos altruístas que lhe deram sobre como lidar com a situação, simplesmente esqueça. Qualquer opção que não seja terminar e continuar sua vida sem ela irá lhe colocar em um ciclo repetitivo das mesmas discussões e misérias de novo e de novo e de novo.
Aceite este fato e siga em frente de cabeça erguida.
Faça o teste! É de graça !
Sua “doce gatinha delicinha linda ciumenta amor da sua vida” é na verdade uma MMC demoníaca só aguardando a possessão? Faça o teste abaixo e descubra (cada opção vale 1 ponto):
( ) Ela vive se queixando de tudo.
( ) Ela acha que você é sempre a causa das brigas e da infelicidade do casal.
( ) Ela trata a maioria dos seus amigos e amigas de modo bem pouco afetuoso.
( ) Quando está ao seu lado, ela não consegue ser espontaneamente simpática com pessoas completamente desconhecidas (tanto faz se forem homens ou mulheres).
( ) Quando vocês discutem, ela se põe no caminho e impede você de deixar a cena para esfriar a cabeça.
( ) Se vocês vão sair, ela reclama quando você leva seu celular.
( ) Ela se queixa que você usa perfume demais.
( ) Ela faz cara feia e torce o nariz perguntando “pra que isso??” se você aparece com uma roupa nova.
( ) Ela impede você de ler ou tocar violão ou ouvir música com fones de ouvido ou qualquer atividade semelhante quando ela está por perto, porque você “tem que prestar atenção em mim”.
( ) Ela implica com seu ambiente de trabalho e acha que você dá mole e quer comer todas, inclusive dona Joana, a senhora da limpeza com 67 anos, 1,52m e 98kg.
( ) Ela tira fotos com os braços em volta de você e gentilmente se oferece para salvar como capa no seu celular, facebook, whatsapp, linkedin, passaporte e certidão de nascimento.
( ) Na maioria das vezes, você termina fazendo as coisas do jeito dela.
( ) Você se sente preso e sufocado na maioria dos dias da semana.
( ) O relacionamento não tem graça porque falta espontaneidade.
( ) Ela quer saber onde você está a maior parte do tempo.
( ) Ela fica assustadoramente irritada quando você se atrasa ou não está exatamente onde ela achava que você deveria estar.
( ) Ela blinda você dos seu círculo de amigos e algumas vezes até mesmo da sua família.
( ) Ela minimiza suas emoções e ironiza seus sentimentos.
( ) Ela evita participar das suas conquistas.
( ) Ela procura determinar o que você deveria fazer, agir, como se vestir e/ou como falar.
( ) Ela fica tentando conferir quem te ligou no celular ou com quem você está trocando mensagens.
( ) Você sente muita saudade de ter um pouco de privacidade.
( ) Você sente dentro de você que esse relacionamento infelizmente já deu o que tinha que dar.
( ) Você já terminou mas voltou achando de verdade que ela iria mudar.
( ) Daqui 10 ou 15 anos, você olhará para trás e terá orgulho de si mesmo, feliz por ter tomado a decisão de partir.
Some seus pontos e confira o tamanho do estrago:
Menos de 2 pontos: case com esta mulher ontem.
Entre 2 e 7 pontos: você pode estar diante de um pequeno monstro. De repente, se forem ambos um pouco mais sensíveis, carinhosos e abertos ao diálogo um com o outro, talvez ainda exista esperança para vocês.
Entre 8 a 15 pontos: tem certeza que você quer embarcar nesse sequestro sentimental com uma narcisista desequilibrada e chamar essa porcaria de relacionamento?
Entre 16 e 20 pontos: ela certamente é uma neurótica em franco transtorno obsessivo-compulsivo e você, provavelmente, um banana masoquista.
De 21 pontos para cima: Vaza, inocente, que o inimigo está do seu lado pronto para sangrar sua alma e você aí marcando bobeira.
© Dr. Alessandro Loiola, 2015. Médico, palestrante, escritor, autor de «Vida e saúde da criança», «Crianças em forma: saúde na balança» e «Para Além da Juventude: guia para uma maturidade saudável». Nas horas vagas: curioso, trekkeiro, inquieto, frequentador assíduo da cozinha onde acha que faz comida, aspirante a fotógrafo amador e semi-quase-surfista. (Saúde para Todos)